segunda-feira, 22 de outubro de 2007

TEXTO SURREAL


Quem descobriu a hortaliça que estava escondida debaixo da cama da sinhá moça que um dia foi na beira do lago e atirou uma pedra contra aqueles que queriam falar de política com Castro Alves, sem imaginar que estavam falando algo de muito interessante sobre as pessoas que nunca falaram nada diferente.
Sem saber quem realmente andava sobre aquelas localidades vãs de filosofia abstrata, onde o vento fazia uma paralela com os corvos que sobrevoavam o horizonte passivo de fumaça e algodão, algodão-doce de mel e azeite vendido na carroça de um senhor barbudo e velho, velho porém macio de dar dó.
Janelas eram abertas pra ver a banda tocar gaita e pandeiro, junto com palhaços brincalhões de sorrisos amarelos, onde não havia pasta de dente nem fio dental, que as moças gostavam tanto de usar.
O preto tomou conta do petróleo que caiu sobre a lama da infâmia, a acusação pesou sobre o maestro que deu a nota errada e desandou a torcida do Corinthians que só queria saber de gol, num caldeirão de folia e alegria, de rojões e machucados mal-curados por band-aids sujos e mal-lavados, por causa da falta d’água nas regiões ricas e privilegiadas.
E os ratos que eram disputados a tapas pelos transeuntes famintos e sem roupa vermelha do sangue derramado pelo vinho cálido na taça de vidro holandês do século XPTO? Qual o destino? Marte, Júpiter ou lá na sua casa. Na minha não! Na nostra, la nostra casa , ih, falar italiano é que é o foda, já era, e a estória continua, com “e” ou com “h”.
Camelos que andam pelas regiões áridas do deserto do Himalaia, frio de quente que nem dente frito no azeite doce, que é pra não adoecer a cabeça de muitas louras que passam por uma fase de auto-estima e aceitação difícil, sem contar com a conta bancária daqueles que refrigeram o ar condicionado na barriga de gambás sarnentos e yuppies durante o inverno gélido e gelado dos Alpes andinos.
A Bíblia dos afogados no mar das paixões é o Kama Sutra das ilusões numa porta tosca de madeira roxa retirada das matas já cinzas pelas pontas de cigarro que você quis jogar no chão quando tinha uma lixeira a seu lado. Ele te pede , com a boca aberta, um pouco de lixo, e você nega, dando preferência ao chão, que, doente, devolve em erosões na alma kalada.
Quem dirigiria um Corcel nos dias de hoje, tomados por Palios e Pageros que rodam indiscriminadamente pelas ruas de Salvador como palafitas que desabam com as boas-vindas da pororoca na Amazônia americana, norte-americana. Do filme de Tom Cruise onde a missão é impossível porém fácil de se entender, já é outra história, com “h”, ou sem “h”, o que importa é que ver Curtas Baianos é que é sim, oooooutra “hi”stória.
O cravo brigou com a rosa, mas a margarida, que estava sendo traída por uma borboleta azul-lilás que pousara um dia em sua antera, e roubou seu pólen para nunca mais voltar, nem ligou do seu celular, porque a Telebahia deixou de funcionar. E está fora do ar. Quem diria, logo uma borboleta. Verde, qual cor seria o verde, se não fosse chamada de amarela, a cor amarela? Perguntas profundas que só uma borboleta saberia responder , se fosse provida de cordas vocais, ou pregas, quem sabe.
O Jô Soares que disse que.... o terno é amarelo, de novo? Ah, já se foi a época em que as mulheres cidadãs eram melenas de Atenas como gostaria de insinuar Buarque em sua música tornada conhecida por uma professora de 5a a 8a série.
Uma vez que o grito é consumado no altar das revoluções pessoais e o silêncio é a antítese mais correta e óbvia para esta situação, pula-se de alegria no carnaval dos tímpanos corrompidos pelo trio metal, de Daniela Mercury ou de Cazuza do ultra-leve.
Uma loira desce a escada enquanto a negra sobe, de vestido vermelho e a bunda arrebitada, pedindo mais atenção ao seu rebolado, embora o cabelo seja hastafari e a água-oxigenada tenha acabado. Como naquela vez, em que duas elefantas estavam à espera de um táxi para irem ao casamento da formiga, mas aí começou a chover lama e argila e as duas ficaram toda ensopadas, servidas na mesa de um tigre faminto, violento, e indiferente à miséria nas favelas do Rio de Fevereiro, março, abril, maio e todo o resto de toda a vida.
Quando minha avó vier para cá, darei tantos beijos em suas bochechas quantos tiros de flores, pétalas de rosas podem ser dadas por uma metralhadora de lã e cetim, forradas de quadradinhos, bananas de caramelo e sundae de harmoniosa sinfonia de Belgrado, uma cidade que nem sei se já foi bombardeada por tálamos e grinaldas. Se foi, nem adianta, a maioria se separa mesmo e a vida continua.
Continua até chegar ao mar, os dedos cansarem de tanto teclar e a cabeça pender para um lado que só uma jibóia sabe contornar e sufocar, a menos que o céu resolva cair sobre nossas mentes dilatadas pela massificação dos macarrones e panetones vendidos no Natal, e nem sabemos porque os consumimos com tantas passas.
De onde vem a uva? Se continuarmos com a mania ridícula de perguntarmos tantas coisas sem respostas, acreditando que um dia elas virão, ficaremos absortos em pensamentos enquanto a vida passa, o carro passa correndo a 200 por hora e você fica pensando ainda no poder da unha na movimentação do corpo no próximo minuto.
Até que hora isto pode durar, só a Daniele sabe, ou seja, não adianta preocupar-se com isto, que o momento certo chegará.
Espinhas que vão e vem, são como espinhos que vão e vem. Mas o que fica, realmente é a rosa. Pura influência da novela das seis, que ainda nem começou, estamos no São João.
Ah, acho que está bom. Está vendo como não preciso me preocupar? Tudo tem a sua melhor hora. E a melhor hora pra acabar... pode não ser agora. E nem esta precisa ser a última página.

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