terça-feira, 23 de outubro de 2007

Colônia da Sorte


AVENIDA SETE / EXT / DIA

CAM mostra a multidão andando. O sinal abre para os pedestres. As irmãs ROSA e AMELINDA começam a atravessar a faixa. AMELINDA vasculha sua bolsa.

AMELINDA - Rosa!

ROSA - Que foi?

AMELINDA - Esqueci de passar minha colônia da sorte antes de sair de casa.

ROSA e AMELINDA andando na calçada.

ROSA - Tá vendo? Quem manda ser tão enrolada? Demora tanto se maquiando.

AMELINDA - Sua colônia tá aí na bolsa?

ROSA - Não, ta não. Quer dizer, ta, mas esqueça.

AMELINDA - Oh, Rosa, me empresta, vai.

ROSA - Rá! Desista. Lembra que semana passada você não me emprestou aquele colete?
AMELINDA - A última vez que eu te emprestei tava faltando dois botões, e eu disse que não te emprestava mais.

ROSA - Pois é, bem feito. Agora fique sem a colônia da sorte.

AMELINDA - Rosa, deixe de ser abestalhada, me empresta a colônia, vai, foi mainha que comprou, eu também tenho o direito de usar.

ROSA - Ela comprou uma pra cada uma. A sua ta em casa. Vá buscar.

AMELINDA - (PUXA O CABELO DE ROSA) Idiota.

ROSA - Ai! (EMPURRA AMELINDA) Sua miséria!

As duas começam a brigar. CAM mostra TRÊS RAPAZES de olho na briga, cruzam olhares uns com os outros e vão apartar as duas. A bolsa de ROSA cai no chão. RAPAZ 2 pega a bolsa e foge com RAPAZ 3.


RAPAZ 1- Ô, ô moça, briga não, briga não.

AMELINDA - (PARA ROSA) Tá vendo, idiota, o que você fez? (PARA O RAPAZ) Obrigada, moço, cadê minha bolsa? (COM A BOLSA PENDURADA NO OMBRO) Ai, ta aqui, que alívio.

ROSA - E minha bolsa, cadê??? Cadê minha bolsa???

RAPAZ 1 - Vi bolsa nenhuma não.

ROSA - Como, moço, tá maluco, minha bolsa com minha carteira, meu modess, minha colônia da sorte, cadê???

RAPAZ 1 - Não sei, moça. Vou indo, viu.

RAPAZ 1 sai.

ROSA - Não, você não pode ir, eu quero saber onde estão minhas cois/

CAM mostra os RAPAZES 2 e 3 verificando o que tem na bolsa, e RAPAZ 1 chegando.
AMELINDA - (OFF) Bem feito. Agora está sem colônia da sorte de vez.

ROSA - Pelo menos passei a colônia da sorte antes de sair de casa, ta?

AMELINDA - (RINDO) Adiantou muito né, Rosa? Por isso que eu não passei, não acredito mesmo nessas coisas. Superstição é coisa de gente ignorante, bem feito.

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